sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Numa conversinha boba virtual, não sei bem como surgiu, mas confessei algo sobre ser a filhinha do papai. A filha bonita, inteligente e talentosa e que carrega consigo o trágico destino de não saber o que fazer com seus dotes. Pensei sobre isso enquanto amassava uma banana com leite e achocolatado que iria me acompanhar quando retornasse ao micro pra escrever sobre o tema.
Sim, papai disse a mamãe certa vez que eu fui o bebê mais bonito da casa e num suspiro aliviado disse que ainda sou bonita, mesmo que me acompanhe esses 20 quilos acima do peso.
Papai sempre acreditou que meu fracasso escolar era fruto das más companhias. Lembro que uma vez perguntei se ele me achava burra, e ele respondeu em arrogante tom solene: "Claro que não. Nesta família todos são inteligentes.". O fato é que quando entrei pra faculdade tomei gosto pelos estudos, e um certo destaque pelo modo desenvolto com que falo e principalmente, pela forma que escrevo.
Antes da academia, porém, minha desculpa era a arte. Ora eu era atriz, cantora, instrumentista, artista plástica...
Que fique claro que este texto não é auto promoção. Pode até parecer. Eu queria mesmo dizer com isso tudo que nunca foi fácil atender as expectativas de expectadores tão importantes como papai e mamãe. Mais difícil ainda é continuar desapontando-os.