sexta-feira, 18 de julho de 2008

Débora era sem dúvida um peixe fora d’água que tentava inutilmente sobreviver naquele ambiente inóspito. Ouvia mais do que falava, mas tinha o riso frouxo. Destacava-se das outras pela naturalidade, nada de escova progressiva e [quase] nada de maquiagem.
De certa maneira ela se sabia diferente, se sabia bela e se sabia desejada. Falava um pouco baixo e pausadamente, o que atiçava ainda mais a curiosidade masculina e feminina.
Parecia um tanto inalcançável para boa parte dos rapazes que a observavam naquela festa. Érico resolveu aproximar-se dela, como amigo mesmo, assim se ela oi rejeitasse não afetaria o seu “lado masculino”.
Conversaram sobre muito, tudo de faculdades, tanto de música, mais sobre filosofia e personalidades. No fim da noite a moça encarou dois ou três copos de um drink vermelho. Segurava a taça como se um soro curador e bebia como se estivesse com sede de coragem.
Quando terminou se aproximou do rapaz e o beijou. Um beijo molhado, tímido e ousado.
Eles ficaram mais um tempo, tendo o silêncio como cúmplice. No da festa, quando a manhã começava a despertar trocaram telefone.
Então ela o abraçou. Um abraço tão desesperado, tão entregue, tão cansado, esperançoso, como de uma criança que a muito não vê o pai. Talvez fosse só um abraço apertado. Mas o assustou. Tanto que ele nunca retornou suas ligações.

2 comentários:

Anônimo disse...

quão bobo foi Érico

Anônimo disse...

"Palvig Saietskogo Natssda bessaierten! tentei trasletrar o escrito no abraço do cartaz!
Mas sabe do que gostei, que pode ter parecido erro, mas ficou legal:"assim se ela oi rejeitasse não afetaria o seu “lado masculino”." oi rejeitasse, devia ter sido "o rejeitasse", embora o Oi rejeitasse possa ser lido como rejeitasse a abordagem de érico! gostei!